⚡ O Erro Invisível da Endodontia Moderna no LEF
- Endotoday

- 1 de dez.
- 6 min de leitura
Atualizado: 5 de dez.


Por que confiar no “achismo” pode destruir seu preparo apical — e como evitar isso definitivamente
Permita-me começar com uma verdade que, se você realmente internalizar, vai transformar sua maneira de enxergar cada canal radicular: nenhum dos seus pacientes é comum .E mais — nenhum canal que você tratar nos próximos 35 anos será igual ao anterior.
Sim, é isso mesmo: não existe canal “padrão”.
Então me responda: como podemos aceitar, sem questionar, a ideia de atribuir tamanhos apicais com base em médias arbitrárias, como “todo canal pequeno termina em 35”?A resposta é simples: não funciona.
Quando você força um canal pequeno a terminar sempre em uma lima nº 35, geralmente acaba em um de dois cenários — ambos indesejáveis:
dano apical, que compromete o selamento e aumenta o risco de reabsorções ou extravasamentos;
preparo incompleto, que mantém biofilme e tecidos residuais onde você nem imagina.
E o mesmo vale para a determinação do comprimento.
Por que o localizador apical foraminal (LEF) muda tudo
Com um LEF, você sabe exatamente quando as suas lima finas — KF 06, 08, 10 atingem o final real do canal.Esse dado é precioso para duas coisas:
evitar danos apicais, comuns quando a negociação avança “no escuro”;
evitar bloqueio e degraus, extremamente frequentes quando trabalhamos com limas curtas “por engano”.
Sem um LEF, o clínico só descobre onde realmente está depois de enfiar uma KF 15 no comprimento estimado e tirar radiografia — e, em molares curvos, isso pode ser um desastre anunciado.
Você sabe disso:
curta demais → bloqueio apical e degrau
longa demais → transportes e rasgos apicais
E esses erros acontecem com muito mais frequência do que a maioria admite.
O problema? A maioria dos clínicos ainda não usa LEF de maneira correta — ou simplesmente desistiu dele.
E aqui começa a parte prática.
Como garantir que o seu LEF funcione como deveria.
1. Verifique a condição do aparelho
Antes de culpar a técnica, você precisa conferir:
baterias novas,
cabos íntegros,
pontas de contato limpas,
ausência de oxidação nas conexões.
Localizadores apicais são dispositivos eletrônicos sensíveis. Quedas, autoclavações repetidas e mau contato deterioram sua precisão.
Use uma escova de cerdas macias para remover oxidações.E prefira sempre pontas de apalpação retas com revestimento dourado — são mais estáveis, menos sujeitas a falhas.
2. Evite o cabo com mola
Os cabos de teste “de molinha” parecem práticos, mas têm desvantagens:
são grossos demais para canais longos (>22 mm);
prejudicam o tato;
aumentam o risco de erro apical.
A sonda reta resolve tudo isso — leve, precisa, previsível.

3. Posicionamento correto ajuda mais do que você imagina
Enquanto você prepara o isolamento absoluto, deixe a sonda repousando em uma gaze com álcool. Quando precisar medir, basta encostar a extremidade em “V” da sonda na haste da lima — simples, rápido e preciso.
E lembre-se:A leitura correta é quando o visor permanece estável em 0,5 mm, com barra verde acesa, antes de qualquer giro adicional.

4. Aceite: cabos precisam ser substituídos periodicamente
Seus cabos durarem “anos” é um mau sinal, não um bom sinal.O calor e o vapor destroem o isolamento — e isso compromete diretamente a precisão.
Troque-os a cada 6–12 meses.
Acesso: um dos maiores sabotadores das leituras do LEF
Muito clínico reclama que não consegue medir perto de restaurações metálicas. Mas o problema quase nunca é o metal — é o acesso.
Uma cavidade de acesso bem desenhada permite:
trajetória retilínea da lima;
maior controle tactile;
distância segura de coroas metálicas.
E se ainda assim ocorrer curto-circuito, aqui vai um truque infalível:
👉 corte tubos termorretráteis de 9 mm e coloque sobre as limas iniciais.
Funciona até criar memória tátil suficiente para nem precisar mais disso.
Por que você deve usar lubrificante (e não NaOCl) na determinação do comprimento
Este é um ponto crítico.
Lubrificantes como RC Prep, EDTA Gel, Clorexidina GEl, File Eze, ProLube:
estabilizam as leituras do LEF;
reduzem bloqueios;
evitam empacotamento de tecido mole;
protegem limas delicadas;
tornam a negociação muito mais previsível.
Já o hipoclorito…… torna as leituras erráticas, além de não ajudar na negociação inicial. Use NaOCl depois, não durante a determinação do comprimento.

Quando a leitura instabiliza: aumente o tamanho da lima
Simples assim:
se a KF 08 dá leitura instável, tente a 10
se a 10 oscila, vá para 15
Lima maior = maior superfície de contato = leitura mais estável.Isso resolve 90% dos problemas..
O hábito que muda a sua curva de aprendizado
Use o LEF em todos os casos.
Não adianta retirá-lo do armário a cada dois meses esperando milagres.E digo sem exagero:Com um LEF confiável, já fiz endodontias completas em missão humanitária sem precisar de raio-X durante o trabalho.
Use sempre — e tudo ficará mais fácil.
Radiografias para determinar comprimento?
Está na hora de desapegar.
Se você quer realmente elevar sua eficiência e precisão apical, aqui está a recomendação mais importante de todas:
Pare de usar radiografias para determinar comprimento.
Sim. Eu sei que é contraintuitivo. Mas observe:
o canal muda de comprimento conforme é alargado;
o trajeto irregular se suaviza entre KF 08 e KF 10, reduzindo até 0,5 mm;
radiografias repetidas consomem tempo e muitas vezes enganam pela sobreposição.
Enquanto isso, com o LEF:
você mede rápido,
mede com precisão,
mede com reprodutibilidade,
e só tira radiografia quando tudo já está pronto para obturar.
Por experiência própria: Trabalhei treze anos — com demonstrações ao vivo — sem radiografia de trabalho, apenas com LEF e lubrificante. E a precisão apical aumentou.

Fluxograma — Uso seguro e preciso do Localizador Eletrônico Foraminal
1. Preparação do ambiente apical
Redução inicial de exsudato e sangue.
Irrigação abundante seguida de secagem parcial.
Evitar excesso de solução irrigadora no terço apical.
2. Posicionamento correto da lima
3. Estabilização da leitura
Confirmar leitura consistente por alguns segundos.
Evitar aceitar leituras que oscilam entre valores diferentes.
Reposicionar a lima caso haja instabilidade.
4. Interpretação adequada do LEF
Valor “APEX” indica contato elétrico total.
Valor 0.5 costuma representar o limite de trabalho.
Ajustar cursor e registrar o comprimento.
5. Radiografia de confirmação
Fazer radiografia com a lima posicionada.
Verificar se a leitura condiz com a anatomia.
Checar desvios, múltiplos forames ou reabsorção.
6. Acompanhamento durante a instrumentação
Reavaliar o LEF após ampliar o canal.
Leituras podem mudar conforme o preparo.
Ajustar o comprimento sempre que necessário.
7. Prevenção do erro invisível
Não confiar apenas no número do dispositivo.
Combinar LEF + radiografia + sensibilidade clínica.
Nunca forçar a lima para “atingir o valor desejado”.
8. Finalização precisa
Obturador deve respeitar o comprimento determinado pelo LEF estável e confirmado radiograficamente.
Avaliar cicatrização em revisões periódicas.
Perguntas Frequentes (FAQ) sobre o LEF (Localizador Eletrônico Foraminal)
O que é o LEF em endodontia?
O LEF é o Localizador Eletrônico Foraminal, um equipamento que determina com precisão a localização do forame apical por meio da análise da impedância elétrica do canal radicular.
Qual é o “erro invisível” mais comum com o uso do LEF?
É interpretar a leitura sem compreender a anatomia apical. O operador confia no número mostrado, mas não percebe que o instrumento está ultrapassando microscopicamente o forame por falta de estabilidade na leitura.
Por que a leitura do LEF pode induzir ao erro?
Porque o LEF detecta a posição elétrica, não a forma anatômica. Se o canal é largo, reabsorvido, imaturo ou irregular, a leitura pode oscilar e o profissional acreditar que está no ponto correto quando já houve extrusão.
O LEF substitui a radiografia de confirmação?
Não. O LEF é mais preciso para localizar o forame, mas a radiografia é indispensável para visualizar anatomia, curvaturas, múltiplos forames e possíveis desvios.
O que causa leituras falsas ou imprecisas no LEF?
Presença de exsudato, sangue excessivo, perfurações, canais imaturos, reabsorções, solução irrigadora em excesso ou eletrodos mal conectados.
Como saber se a leitura do LEF é realmente estável?
Quando mantém um valor constante, sem variações bruscas, mesmo com pequenos movimentos da lima. Leituras instáveis indicam que o instrumento não está em posição confiável.
Em quais situações o erro com o LEF é mais provável?
Em canais amplos, dentes imaturos, reabsorções apicais, perfurações, excesso de umidade, anatomia complexa e em pacientes com sangramento persistente no canal.
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