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⚡ O Erro Invisível da Endodontia Moderna no LEF

Atualizado: 5 de dez.


Conclusões sobre localizadores


Por que confiar no “achismo” pode destruir seu preparo apical — e como evitar isso definitivamente


Permita-me começar com uma verdade que, se você realmente internalizar, vai transformar sua maneira de enxergar cada canal radicular: nenhum dos seus pacientes é comum .E mais — nenhum canal que você tratar nos próximos 35 anos será igual ao anterior.

Sim, é isso mesmo: não existe canal “padrão”.

Então me responda: como podemos aceitar, sem questionar, a ideia de atribuir tamanhos apicais com base em médias arbitrárias, como “todo canal pequeno termina em 35”?A resposta é simples: não funciona.

Quando você força um canal pequeno a terminar sempre em uma lima nº 35, geralmente acaba em um de dois cenários — ambos indesejáveis:

  • dano apical, que compromete o selamento e aumenta o risco de reabsorções ou extravasamentos;

  • preparo incompleto, que mantém biofilme e tecidos residuais onde você nem imagina.

E o mesmo vale para a determinação do comprimento.

Por que o localizador apical foraminal (LEF) muda tudo

Com um LEF, você sabe exatamente quando as suas lima finas — KF 06, 08, 10 atingem o final real do canal.Esse dado é precioso para duas coisas:

  1. evitar danos apicais, comuns quando a negociação avança “no escuro”;

  2. evitar bloqueio e degraus, extremamente frequentes quando trabalhamos com limas curtas “por engano”.

Sem um LEF, o clínico só descobre onde realmente está depois de enfiar uma KF 15 no comprimento estimado e tirar radiografia — e, em molares curvos, isso pode ser um desastre anunciado.

Você sabe disso:

  • curta demais → bloqueio apical e degrau

  • longa demais → transportes e rasgos apicais

E esses erros acontecem com muito mais frequência do que a maioria admite.

O problema? A maioria dos clínicos ainda não usa LEF de maneira correta — ou simplesmente desistiu dele.

E aqui começa a parte prática.

Como garantir que o seu LEF funcione como deveria.


1. Verifique a condição do aparelho

Antes de culpar a técnica, você precisa conferir:

  • baterias novas,

  • cabos íntegros,

  • pontas de contato limpas,

  • ausência de oxidação nas conexões.

Localizadores apicais são dispositivos eletrônicos sensíveis. Quedas, autoclavações repetidas e mau contato deterioram sua precisão.

Use uma escova de cerdas macias para remover oxidações.E prefira sempre pontas de apalpação retas com revestimento dourado — são mais estáveis, menos sujeitas a falhas.


2. Evite o cabo com mola

Os cabos de teste “de molinha” parecem práticos, mas têm desvantagens:

  • são grossos demais para canais longos (>22 mm);

  • prejudicam o tato;

  • aumentam o risco de erro apical.

A sonda reta resolve tudo isso — leve, precisa, previsível.


cabo tipo mola
Cabo tipo mola

3. Posicionamento correto ajuda mais do que você imagina

Enquanto você prepara o isolamento absoluto, deixe a sonda repousando em uma gaze com álcool. Quando precisar medir, basta encostar a extremidade em “V” da sonda na haste da lima — simples, rápido e preciso.

E lembre-se:A leitura correta é quando o visor permanece estável em 0,5 mm, com barra verde acesa, antes de qualquer giro adicional.


cabo reto
Cabo reto mais preciso

4. Aceite: cabos precisam ser substituídos periodicamente

Seus cabos durarem “anos” é um mau sinal, não um bom sinal.O calor e o vapor destroem o isolamento — e isso compromete diretamente a precisão.

Troque-os a cada 6–12 meses.

Acesso: um dos maiores sabotadores das leituras do LEF

Muito clínico reclama que não consegue medir perto de restaurações metálicas. Mas o problema quase nunca é o metal — é o acesso.

Uma cavidade de acesso bem desenhada permite:

  • trajetória retilínea da lima;

  • maior controle tactile;

  • distância segura de coroas metálicas.

E se ainda assim ocorrer curto-circuito, aqui vai um truque infalível:

👉 corte tubos termorretráteis de 9 mm e coloque sobre as limas iniciais.

Funciona até criar memória tátil suficiente para nem precisar mais disso.

Por que você deve usar lubrificante (e não NaOCl) na determinação do comprimento

Este é um ponto crítico.

Lubrificantes como RC Prep, EDTA Gel, Clorexidina GEl, File Eze, ProLube:

  • estabilizam as leituras do LEF;

  • reduzem bloqueios;

  • evitam empacotamento de tecido mole;

  • protegem limas delicadas;

  • tornam a negociação muito mais previsível.

Já o hipoclorito…… torna as leituras erráticas, além de não ajudar na negociação inicial. Use NaOCl depois, não durante a determinação do comprimento.


hipoclorito de sodio

Quando a leitura instabiliza: aumente o tamanho da lima

Simples assim:

  • se a KF 08 dá leitura instável, tente a 10

  • se a 10 oscila, vá para 15

Lima maior = maior superfície de contato = leitura mais estável.Isso resolve 90% dos problemas..

O hábito que muda a sua curva de aprendizado

Use o LEF em todos os casos.

Não adianta retirá-lo do armário a cada dois meses esperando milagres.E digo sem exagero:Com um LEF confiável, já fiz endodontias completas em missão humanitária sem precisar de raio-X durante o trabalho.

Use sempre — e tudo ficará mais fácil.


Radiografias para determinar comprimento?

Está na hora de desapegar.

Se você quer realmente elevar sua eficiência e precisão apical, aqui está a recomendação mais importante de todas:


Pare de usar radiografias para determinar comprimento.

Sim. Eu sei que é contraintuitivo. Mas observe:

  • o canal muda de comprimento conforme é alargado;

  • o trajeto irregular se suaviza entre KF 08 e KF 10, reduzindo até 0,5 mm;

  • radiografias repetidas consomem tempo e muitas vezes enganam pela sobreposição.


Enquanto isso, com o LEF:

  • você mede rápido,

  • mede com precisão,

  • mede com reprodutibilidade,

  • e só tira radiografia quando tudo já está pronto para obturar.

Por experiência própria: Trabalhei treze anos — com demonstrações ao vivo — sem radiografia de trabalho, apenas com LEF e lubrificante. E a precisão apical aumentou.

radiografia realiadade

Fluxograma — Uso seguro e preciso do Localizador Eletrônico Foraminal

1. Preparação do ambiente apical

  • Redução inicial de exsudato e sangue.

  • Irrigação abundante seguida de secagem parcial.

  • Evitar excesso de solução irrigadora no terço apical.

2. Posicionamento correto da lima

  • Utilizar limas finas (#08, #10, #15).

  • Introduzir sem pressão apical.

  • Aguardar estabilização da leitura.

3. Estabilização da leitura

  • Confirmar leitura consistente por alguns segundos.

  • Evitar aceitar leituras que oscilam entre valores diferentes.

  • Reposicionar a lima caso haja instabilidade.

4. Interpretação adequada do LEF

  • Valor “APEX” indica contato elétrico total.

  • Valor 0.5 costuma representar o limite de trabalho.

  • Ajustar cursor e registrar o comprimento.

5. Radiografia de confirmação

  • Fazer radiografia com a lima posicionada.

  • Verificar se a leitura condiz com a anatomia.

  • Checar desvios, múltiplos forames ou reabsorção.

6. Acompanhamento durante a instrumentação

  • Reavaliar o LEF após ampliar o canal.

  • Leituras podem mudar conforme o preparo.

  • Ajustar o comprimento sempre que necessário.

7. Prevenção do erro invisível

  • Não confiar apenas no número do dispositivo.

  • Combinar LEF + radiografia + sensibilidade clínica.

  • Nunca forçar a lima para “atingir o valor desejado”.

8. Finalização precisa

  • Obturador deve respeitar o comprimento determinado pelo LEF estável e confirmado radiograficamente.

  • Avaliar cicatrização em revisões periódicas.


Perguntas Frequentes (FAQ) sobre o LEF (Localizador Eletrônico Foraminal)

O que é o LEF em endodontia?

O LEF é o Localizador Eletrônico Foraminal, um equipamento que determina com precisão a localização do forame apical por meio da análise da impedância elétrica do canal radicular.

Qual é o “erro invisível” mais comum com o uso do LEF?

É interpretar a leitura sem compreender a anatomia apical. O operador confia no número mostrado, mas não percebe que o instrumento está ultrapassando microscopicamente o forame por falta de estabilidade na leitura.

Por que a leitura do LEF pode induzir ao erro?

Porque o LEF detecta a posição elétrica, não a forma anatômica. Se o canal é largo, reabsorvido, imaturo ou irregular, a leitura pode oscilar e o profissional acreditar que está no ponto correto quando já houve extrusão.

O LEF substitui a radiografia de confirmação?

Não. O LEF é mais preciso para localizar o forame, mas a radiografia é indispensável para visualizar anatomia, curvaturas, múltiplos forames e possíveis desvios.

O que causa leituras falsas ou imprecisas no LEF?

Presença de exsudato, sangue excessivo, perfurações, canais imaturos, reabsorções, solução irrigadora em excesso ou eletrodos mal conectados.

Como saber se a leitura do LEF é realmente estável?

Quando mantém um valor constante, sem variações bruscas, mesmo com pequenos movimentos da lima. Leituras instáveis indicam que o instrumento não está em posição confiável.

Em quais situações o erro com o LEF é mais provável?

Em canais amplos, dentes imaturos, reabsorções apicais, perfurações, excesso de umidade, anatomia complexa e em pacientes com sangramento persistente no canal.

👉 Quer aprofundar cada técnica, ver demonstrações e entender como aplicar isso imediatamente no consultório?

A leitura completa está no meu blog — e ela pode transformar sua precisão apical já no próximo caso.

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Quer saber com LEF funciona ? Leia este POST

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