Porphyromonas gingivalis no cérebro de pacientes com Alzheimer: Evidências de causalidade e tratamento com inibidores moleculares específicos.
- Endotoday
- 11 de mar.
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Introdução
A doença de Alzheimer (DA) é marcada por inflamação cerebral e pelo acúmulo de proteínas patológicas como tau e beta-amiloide. Recentemente, estudos destacaram a possível relação da bactéria Porphyromonas gingivalis, associada à periodontite crônica, com o desenvolvimento da DA.
Presença da Porphyromonas gingivalis em cérebros com Alzheimer
Pesquisadores identificaram a presença da bactéria Porphyromonas gingivalis no cérebro de pacientes com Alzheimer, além das gingipains, enzimas produzidas por essa bactéria, cuja presença correlaciona-se diretamente com a gravidade da patologia associada à DA, como o acúmulo da proteína tau e ubiquitina.

Ação neurotóxica das gingipains
As gingipains são enzimas altamente neurotóxicas, capazes de induzir a fragmentação patológica da proteína tau, promovendo danos neuronais significativos. Estudos celulares e em modelos animais demonstraram que essas enzimas aceleram processos degenerativos típicos do Alzheimer.
Tratamento inovador com inibidores moleculares
Experimentos em animais infectados por P. gingivalis mostraram que a administração de inibidores específicos das gingipains reduz significativamente a colonização bacteriana cerebral, diminui a produção do peptídeo beta-amiloide (Aβ1-42) e protege contra a neurodegeneração. Os resultados indicaram uma superioridade dos inibidores em comparação aos antibióticos tradicionais, que frequentemente geram resistência bacteriana.
Perspectivas clínicas futuras
Essas descobertas sugerem uma nova abordagem terapêutica promissora, baseada na inibição direta das gingipains. Atualmente, esses compostos estão em fase de estudos clínicos, abrindo a possibilidade para intervenções preventivas e terapêuticas mais eficazes para a doença de Alzheimer.
Conclusão
As evidências da presença de P. gingivalis e suas gingipains em cérebros afetados pelo Alzheimer, aliadas à eficácia dos inibidores específicos dessas enzimas, sugerem fortemente uma relação causal entre infecções bucais e o desenvolvimento da doença. Essa descoberta representa uma mudança potencial no paradigma do tratamento da DA.Porphyromonas gingivalis no cérebro de pacientes com Alzheimer: Evidências de causalidade e tratamento com inibidores moleculares específicos. Lembrnado que os próprios autores sugerem mais pesquisas para confirmar esses dados.
Na Endodontia:
A bactéria Porphyromonas gingivalis, embora classicamente associada à periodontite crônica, também pode estar presente no contexto da endodontia, particularmente em infecções endodônticas primárias e secundárias. Na endodontia, a **P. gingivalis** é frequentemente encontrada em canais radiculares infectados, especialmente nos casos em que há necrose pulpar com lesões periapicais estabelecidas ou em infecções persistentes após tratamentos endodônticos prévios.
Sua presença pode contribuir significativamente para a complexidade das infecções endodônticas, devido à capacidade de produzir fatores de virulência como as gingipains, que permitem a invasão tecidual, resistência a mecanismos de defesa imunológica e indução de resposta inflamatória intensa. Além disso, a bactéria pode formar biofilmes nos canais radiculares, tornando o tratamento mais desafiador e requerendo uma abordagem terapêutica rigorosa e multidisciplinar, incluindo instrumentação adequada, irrigação eficiente com soluções antimicrobianas e medicação intracanal eficaz.
Portanto, compreender a presença e o papel da P. gingivalis em infecções endodônticas é fundamental para otimizar estratégias clínicas visando o sucesso do tratamento e prevenção de infecções persistentes ou recorrentes.
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