Flare-up, de quem é a culpa?
- Endotoday
- 16 de dez. de 2022
- 3 min de leitura
Recentemente foi questionado se o movimento oscilatório não reciproco pode causar um flare-up?
Os trabalhos não são claros sobre este assunto pois existe alguns que descrevem que não causa Flare-up mas tem outros autores que afirmam que sim.
Consideremos Flare-up quando o paciente tem um agudização de um caso clínico que originalmente era um periodontite apical sintomática ou assintomática dentro de 24 horas após o atendimento inicial.
As causas freqüentes são:
Uso incorreto na concentração de hipoclorito de sódio.
A exploração inadequada do canal radicular com pressão apical.
Pouca instrumentação ou pouca ampliação apical, instrumentação abaixo de 30/04 podem não ser suficientes para a solução irrigadora chegar na região apical. (veja este artigo).
Pressão excessiva apical.
Mas o que aconteceu neste caso clínico?
Vamos ao caso clínico:
Paciente do sexo feminino, com 21 anos com a seguinte condição clínica :
Dor ausente.
Teste de sensibilidade negativo.
Teste de percussão vertical negativo.
Teste de percussão horizontal negativo.
Ampla restauração de amalgama
Diagnóstico: Periodontite Apical Assintomática.

Podemos observar na raizes com pouca curvatura sendo que as mesiais com luz de canal mais estreitas e a distal com uma luz de canal mais ampla. Sistema escolhido as Limas Waveone Gold pela possibilidade de ampliação até 45/05.
Primeira sessão
Abertura coronária --> Isolamento absoluto --> desinfeção do campo operatório com clorexidina a 2%.
Exploração do canal radicular com lima manuais, irrigação copiosa de hipoclorito de sódio a 2,5%.
Determinação odontometria e da lima apical inicial.
Neste caso em específico estava recomendado a confecção do glidepath apenas nas raizes mesiais.
Desbridamento com as L.A.F. nos mesiais com lima manual #08 no comprimento real do dente e na raiz distal desbridamento com lima manual #15 no comprimento real do dente sempre com o auxilio do localizador eletrônico foraminal.
Glidepath com a lima Waveone gold glider- Denstply Sirona.
Instrumentação com o sistema Waveone Gold na sequência Small --> Primary nos canais mesiais pela dificuldade de avançar com a Primary e no canal distal a Waveone Gold Medium.
EDTA sobre agitação utilizando a XP Finisher.
Curativo de demora utilizado foi o Calen + Pmcc da SS White por 21 dias.
Selamento com ionômero de vidro.
16 horas depois.
O paciente apresenta com dor intensa e dente com sensação de dente crescido.
Neste caso saímos de uma periodontite apical assintomática para um quadro clínico de Flare-up.
O que fazer?
Abertura coronária --> Isolamento absoluto --> desinfeção do campo operatório com clorexidina a 2%.
Exploração do canal radicular com lima manuais, irrigação copiosa de hipoclorito de sódio a 2,5%, removendo o curativo de demora
Desbridamento com as L.A.F. nos mesiais com lima manual #08 no comprimento real do dente e na raiz distal desbridamento com lima manual #15 no comprimento real do dente sempre com o auxilio do localizador eletrônico foraminal.
Repassar o instrumento memória que neste caso foram:
Lima rotatória 25/06 nos mesiais.
Lima rotatória 35/04 no distal.
EDTA sobre agitação utilizando a XP Finisher.
Curativo de demora utilizado foi o Calen + Pmcc da SS White.
Selamento com ionômero de vidro.
Medicação sistêmica:
Diclofenaco de colestiramina 70mg, um comprimido de 8/8 horas por 5 dias.
Amoxicilina com clavulanato de potássio 500mg, um comprimido de 8/8 horas por 7 dias.
A medicação é necessária pois estamos com um grande número bactérias se encontra na região de periápice.
Depois de 24 horas o paciente relatou que a dor havia desaparecido e já não sentia o dente mais alto que os demais.
Neste caso as causas prováveis foram em ordem decrescente:
Pressão apical com as limas iniciais.
Solução irrigante com comprometimento na sua concentração.
Pressão Apical com o sistema de instrumentação.
Observa que o sistema oscilatório não reciproco não é fator determinante para a causa de um Flare-up, mas o uso de sistema rotatórios nos quadros de abscessos tem se demostrado mais eficiente.
Segunda sessão 21 dias após.
O paciente retornou sem quadro de dor.
Abertura coronária --> Isolamento absoluto --> desinfeção do campo operatório com clorexidina a 2%.
Exploração do canal radicular com lima manuais, irrigação copiosa de hipoclorito de sódio a 2,5%, removendo o curativo de demora.
Repassar o instrumento memória:
Lima rotatória 25/06 nos mesiais.
Lima rotatória 35/04 no distal.
Remoção do curativo de demora com irrigação de hipoclorito de sódio a 2,5%.
XP- Endo Finisher da FKG.
Obturação pela técnica de cone único calibrados com AH Plus.

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