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Canal Atrésico: Como Localizar, Negociar e Instrumentar com Segurança.

Atualizado: há 2 dias

Canais atrésicos são uma das maiores causas de fratura de instrumentos, falsa via, degraus e perfurações. A dificuldade não está apenas na anatomia: está na falta de um protocolo claro de diagnóstico, negociação e instrumentação segura.

A boa notícia é que, com uma leitura clínica correta e um passo a passo estruturado, a probabilidade de erro cai drasticamente.

Neste guia, você aprenderá como reconhecer um canal atrésico antes de tocar na lima, como negociar o trajeto sem aumentar o risco de fratura e como preparar o glide path com previsibilidade — mesmo em casos severamente estreitos.


Um caso clínico de hoje é sobre canais atrésicos. Para começar vamos ver algumas características de canais atrésicos:

  • Em dentes anteriores a coroa apresenta com uma cor amarelada por causa da dentina esclerosada.

  • Radiograficamente não temos luz do canal mas também não tem lâmina dura e normalmente apresenta radiolucência apical.

  • Histórico de traumatismo ou de trauma de oclusão

  • Apertamento dental.

  • Movimentação ortodontica intensa.

E como proceder? Infelizmente não temos regras claras e únicas para vencer canais atrésiados mas podemos tentar as seguintes opções:


  1. File Eze, C-Pilot e R-pilot

  2. File Eze, Hi-5 e R-Pilot

  3. Edta gel , Pathfinder e R-Pilot

  4. Edta gel, Limas SC.


Hoje a primeira opção é a mais viável nos dias de hoje. Então o caso clínico de hoje será com essa opção.

Radiografia inicial:


Dente 21:


Radiografia inicial de caso de canal atresico
Radiografia inicial

Aspectos radiográficos:

  • Luz do canal apresenta totalmente calcificado.

  • Câmara pulpar reduzida

  • Ausência de lâmina dura


Aspectos clínicos:

  • Teste de sensibilidade ao frio: negativo

  • Coloração da coroa amarelada

  • Teste de percussão vertical: ligeiramente sintomático.


Diagnóstico provável:


Periodontite apical sintómatica


Tratamento:


Necropulpectomia.


Execução do tratamento:


Primeira sessão:


  1. Determinar o comprimento provisório do canal radicular (CPT= CAD - 2mm)

  2. Anestesia com Articaína a 4%

  3. Abertura coronária.

  4. Isolamento absoluto e desinfecção com clorexidina a 4%.

  5. Exploração do canal com uma manual lima 10 que entrou somente 2mm na embocadura do canal.

  6. Aplicação de File-EZE dentro do canal e da câmara pulpar. Aguardamos 15 minutos.

  7. Nova exploração com movimento de cateterismo agora com a C-Pilot 08 que fomos avançando gradativamente até atingir o CPT.

  8. Aplicação do Localizador eletrônico foraminal, foi necessario o ajuste de 0,3mm com a lima 08 e com a lima 06 atingimos o zero no localizador no qual realizamos o desbridamento foraminal.

  9. Realizamos o GlidePath com a R-Pilot.

  10. Instrumentação com as limas TF Adaptive hibridizada na sequência 20/04 --> 25/06 --> 35/04 --> 35/06 --> 50/04.

  11. EDTA com ultrassom.

  12. Curativo de Calen + PMCC

  13. Selamento com ionômero de vidro.


Segunda sessão:


  1. Anestesia com Articaína a 4%

  2. Abertura coronária.

  3. Isolamento absoluto e desinfecção com clorexidina a 4%.

  4. Remoção do curativo com o emprego do ultrassom.

  5. EDTA.

  6. Obturação pela técnica do cone único com o cimento Sealapex.



Radiografia Final
Radiografia Final

FAQ — Perguntas Frequentes sobre Canais Atrésicos na Endodontia

O que caracteriza um canal atrésico?

Um canal atrésico apresenta diâmetro reduzido, paredes estreitas e calcificação parcial ou total, dificultando a negociação e o estabelecimento do trajeto inicial.

Qual é o primeiro passo para negociar um canal atrésico?

A leitura radiográfica e o uso de magnificação devem ser seguidos pela exploração cuidadosa com limas manuais finas (#06, #08, #10) sempre com alta lubrificação e movimentos anticurvatura.

O uso de limas reciprocantes é indicado em canais atrésicos?

Não no início. A instrumentação mecanizada só deve ser introduzida após glide path seguro e reprodutível. O uso precoce aumenta risco de fratura.

EDTA líquido ajuda na negociação de canais calcificados?

Sim. O EDTA auxilia na remoção de smear layer e abre espaço para progressão das limas manuais, melhorando a chance de criar um glide path.

Microscópio operatório realmente melhora o manejo de canais atrésicos?

Sim. A magnificação aumenta a precisão da localização da entrada do canal, permitindo instrumentação mais segura e minimizando iatrogenias.

A CBCT é indicada antes de tratar um canal atrésico?

Sim. Ela revela a extensão da calcificação, desvios anatômicos e variações que não são visíveis na radiografia periapical.

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