Canal Atrésico: Como Localizar, Negociar e Instrumentar com Segurança.
- Endotoday

- 16 de mar. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: há 2 dias
Canais atrésicos são uma das maiores causas de fratura de instrumentos, falsa via, degraus e perfurações. A dificuldade não está apenas na anatomia: está na falta de um protocolo claro de diagnóstico, negociação e instrumentação segura.
A boa notícia é que, com uma leitura clínica correta e um passo a passo estruturado, a probabilidade de erro cai drasticamente.
Neste guia, você aprenderá como reconhecer um canal atrésico antes de tocar na lima, como negociar o trajeto sem aumentar o risco de fratura e como preparar o glide path com previsibilidade — mesmo em casos severamente estreitos.
Um caso clínico de hoje é sobre canais atrésicos. Para começar vamos ver algumas características de canais atrésicos:
Em dentes anteriores a coroa apresenta com uma cor amarelada por causa da dentina esclerosada.
Radiograficamente não temos luz do canal mas também não tem lâmina dura e normalmente apresenta radiolucência apical.
Histórico de traumatismo ou de trauma de oclusão
Apertamento dental.
Movimentação ortodontica intensa.
E como proceder? Infelizmente não temos regras claras e únicas para vencer canais atrésiados mas podemos tentar as seguintes opções:
File Eze, C-Pilot e R-pilot
File Eze, Hi-5 e R-Pilot
Edta gel , Pathfinder e R-Pilot
Edta gel, Limas SC.
Hoje a primeira opção é a mais viável nos dias de hoje. Então o caso clínico de hoje será com essa opção.
Radiografia inicial:
Dente 21:

Aspectos radiográficos:
Luz do canal apresenta totalmente calcificado.
Câmara pulpar reduzida
Ausência de lâmina dura
Aspectos clínicos:
Teste de sensibilidade ao frio: negativo
Coloração da coroa amarelada
Teste de percussão vertical: ligeiramente sintomático.
Diagnóstico provável:
Periodontite apical sintómatica
Tratamento:
Necropulpectomia.
Execução do tratamento:
Primeira sessão:
Determinar o comprimento provisório do canal radicular (CPT= CAD - 2mm)
Anestesia com Articaína a 4%
Abertura coronária.
Isolamento absoluto e desinfecção com clorexidina a 4%.
Exploração do canal com uma manual lima 10 que entrou somente 2mm na embocadura do canal.
Aplicação de File-EZE dentro do canal e da câmara pulpar. Aguardamos 15 minutos.
Nova exploração com movimento de cateterismo agora com a C-Pilot 08 que fomos avançando gradativamente até atingir o CPT.
Aplicação do Localizador eletrônico foraminal, foi necessario o ajuste de 0,3mm com a lima 08 e com a lima 06 atingimos o zero no localizador no qual realizamos o desbridamento foraminal.
Realizamos o GlidePath com a R-Pilot.
Instrumentação com as limas TF Adaptive hibridizada na sequência 20/04 --> 25/06 --> 35/04 --> 35/06 --> 50/04.
EDTA com ultrassom.
Curativo de Calen + PMCC
Selamento com ionômero de vidro.
Segunda sessão:
Anestesia com Articaína a 4%
Abertura coronária.
Isolamento absoluto e desinfecção com clorexidina a 4%.
Remoção do curativo com o emprego do ultrassom.
EDTA.
Obturação pela técnica do cone único com o cimento Sealapex.

FAQ — Perguntas Frequentes sobre Canais Atrésicos na Endodontia
O que caracteriza um canal atrésico?
Um canal atrésico apresenta diâmetro reduzido, paredes estreitas e calcificação parcial ou total, dificultando a negociação e o estabelecimento do trajeto inicial.
Qual é o primeiro passo para negociar um canal atrésico?
A leitura radiográfica e o uso de magnificação devem ser seguidos pela exploração cuidadosa com limas manuais finas (#06, #08, #10) sempre com alta lubrificação e movimentos anticurvatura.
O uso de limas reciprocantes é indicado em canais atrésicos?
Não no início. A instrumentação mecanizada só deve ser introduzida após glide path seguro e reprodutível. O uso precoce aumenta risco de fratura.
EDTA líquido ajuda na negociação de canais calcificados?
Sim. O EDTA auxilia na remoção de smear layer e abre espaço para progressão das limas manuais, melhorando a chance de criar um glide path.
Microscópio operatório realmente melhora o manejo de canais atrésicos?
Sim. A magnificação aumenta a precisão da localização da entrada do canal, permitindo instrumentação mais segura e minimizando iatrogenias.
A CBCT é indicada antes de tratar um canal atrésico?
Sim. Ela revela a extensão da calcificação, desvios anatômicos e variações que não são visíveis na radiografia periapical.
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